domingo, 26 de agosto de 2012

o dia que os astros se encontraram, e o acesso!


Era sábado à noite, fim de inverno,... curtindo a vida de solteiro, entrava ele em uma festa mensal, a qual, tocava musica dos anos 80. The Police, Super Tramp, Erasure, Depeche Mode, Hood Gurus, A Turma do Balão Mágico, Madona, Ultrage a Rigor e tantos e tantos outros sons maravilhosos. Esta festa enche, a mesma tem seu início por volta das 22h. Experiente, sem duvida compra seu ingresso na quinta-feira que antecede a festa, e neste dia específico entrou por volta das 2h da manhã. Não dava para se mexer, eram quase 4000 pessoas dividindo dois ambientes com pistas de danças, foras os bares e área dos fumantes. Comprado a água mineral, achou um espaço na parede do corredor que dividia as duas pistas,.. sim sim, achar um lugar na parede para parar é coisa rara e difícil nesta festa, mas achou. Havia ali, muitas mulheres bonitas, muitos casais, algumas crianças, lotada a festa. Encontrou conhecidos, teve breve conversas, encontrou uma amiga, bonita, breve conversa. Tudo ia bem, até ELA passar,... olhos arregalados.... acho que é meio ceguinha e estava sem óculos, cabelo meio descabelado, blusa curta, pequeno salto, andava como se procurasse alguém, mas repito, pelos lindos olhos bonitos arregalados, concluí que estava sem óculos e não enxergava ninguém. Paralisado pelo visual, não abordei, afinal ali ela era mais uma dentre tantas outras também bonitas que passavam, todas passavam. O tempo foi passando na festa e após 4h da manhã casais e jovens começaram a irem embora, de forma que adultos conseguiram dançar. Aos copos de cerveja dançou até 6h da manhã. Ao som de Van Halen, The Cure, Siouxsie, Thalking Heads, A-ha entre tantos outros bons sons, dançou mesmo! Novas pessoas conheceu, mas saiu só...

Mas o final de semana lhe reservada surpresa. Teatro marcado com uma amiga de infância, também ingressos comprados cai por terra, quando a amiga avisa que por motivo de saúde de sua avó não poderá ir. Em minutos acessa: messenger, facebook e sua agenda no celular; não ninguém nem nenhum conhecido está interessado em ir ao teatro. Considerando ter dois ingressos de valor considerável, pensa em pela primeira vez na vida ir na bilheteria tentar devolver a banca, ou no máximo vender a alguém na fila por valor inferior. Como historicamente ele sempre fez amizade em bares, praças, universidades e igrejas com idosos, e por ser uma peça de teatro intelectual, entendeu que uma velhinha por sorte do destino compraria seu ingresso, ou a banca, pelo menos.... Mas o destino o golpeia de uma forma positiva pela primeira vez. A mulher linda, de olhos arregalados, hoje de óculos ingressa na fila na procura do ingresso, bem na hora que ele chega; ele fica a olhando, admirado com sua beleza e jeito, e logo as idosas presentes na fila de bilheteria informam não haver mais ingresso; digo a todos que disponho de um para vender, as idosas orientam a olhos arregalados comprarem de mim, cobro um valor simbólico, claro, mal sabe ela que ele gostaria de dar o ingresso a ela, alias o ingresso e muito mais coisas, mas já estava satisfeito, porque sabia que o ingresso era ao lado do dele e peça duraria no mínimo 1h30min, como estavam 40 minutos adiantados, o paraíso estava acontecendo. Ela vestida de forma muito diferente do primeiro dia. Roupa clara, discreta, quase na cor de sua pele, lenço, casaco e é claro óculos. Não havia amizade, não havia intimidade, mas ele sabia que salvos amigos de infância e alguma conhecida de tempos à chance dele sentar ao lado de alguém neste clima mágico do tempero “paixão” era quase impossível. É quase como encontrar um grande amor, ELE acontece a cada eleição de PAPA. Os dois chegam ao seu lugar de assistir a peça; o lugar é bom, muito próximo ao palco. Ele provocado com a presença dela, aborda algumas perguntas, superficiais para não assustar a moça. Ela acha graça, e com educação que lhe compete e possui responde. Ele neste momento tem vontade de fazer o merecido interrogatório de o que uma pessoa com aparentemente uma idade próxima a ele, que caiu de pára-quedas ao seu lado traz consigo; mas resolve confiar na fé que lhe acompanha e trata de falar de assuntos da peça de teatro e da profissão dela, assunto que quando ela falava se emocionava de forma que, seus olhos (os mesmos arregalados) refletiam a pouca iluminação que o teatro possuía.

A peça inicia. Junto disto a tortura a ele. A peça, que era um monólogo de um livro de uma grande escritora, era interessantíssima, mas a pessoa ao lado mais. Tanto que passado alguns minutos, disfarçadamente ele se projetava para trás na cadeira, para de forma serena e tranquila namorar o tom de seu cabelo, a textura de sua pele, suas mãos, seu corpo. Ele entende que ela percebe o que está acontecendo, porque vez que outra, ela também vai para trás na cadeira. Ele sente a tortura porque sabe que o relógio não corre a seu favor, e não corre mesmo.

A peça, que era maravilhosa, termina. Durante bons minutos o teatro todo bate palmas, ele e ela naturalmente também. Abrem-se as portas para irem embora. Sujere a ela temas de sua profissão, ela agradece. Ele diz que foi algo especial a noite. Ela concorda. Oferece carona, ela que estava de carro agradece. Lhe da um abraço um beijo, e agradece a companhia rsrsrs embora fosse o último ingresso e único lugar que ela poderia sentar.

Os dias seguem e conforme o previsto, os dois não se encontram mais. Um por falta de interesse, o outro por falta de jeito em se aproximar. Ao saber sobre a moça percebe que os olhos arregalados declaram muito sobre ela: curiosa, insasiável, temerosa, talentosa; instável. Poucas características a citar. Não não possuem contato, mas ele acredita que algo maior os ligam. Ele também acredita que milagres acontecem, e se for assim, porque ele estaria ansioso, conforme dizem, a borboleta escolhe a flor na cor certa para fazer o paraíso dela. Ou seja, no tempo de Deus é só esperar que ela vai pousar no lugar certo!

“Se for para ser, será; do contrario, já foi!” – mas por 2h – foi.

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns! Texto incrível, com uma narrativa perfeita...consegui visualizar cada momento que tu narraste! Amei! Só uma observação...o rapaz poderia ter pedido telefone, facebook da moça...mas enfim! Fica ao acaso...o que for para ser, vai ser!

Karina Gil